Tuesday, June 30, 2009

26 de agosto

sumido, de repente, quase de mim mesmo.
atrapalhado com os atrasos no trampo.
assoberbado de saberes inúteis.
encalacrado nas tecnologias que nos mandam
não repousar, jamais descansar.
o zé guru (josé dos santos, meu caro)
nota que pareço deprimido.
pareço? apenas isso?

21 de agosto

hoje fico até mais tarde no trampo.
amanhã venho novamente.
tirando o atraso por serviço que me consome.
mas não posso reclamar. é o que prometo.
terei amanhã de resolver não gastar tanto
em comida, em bebes. porque ficarei
só aqui, só, aqui. aqui só.

sigo o alon em seu tuitear e não
me arrependo. ele fala como eu gostaria
de fazer, mas eu me escondi aqui
e não posso mais reclamar de nada.
é um lugar como qualquer outro.
mas é meu lugar, realmente. algo
faço aqui que faz alguma diferença.
é pouco, mas. o que me resta.

20 de agosto

não sei o que quero.
mas o que quero parece simples.
quero uma vida, simplesmente.
com todos os custos e prêmios decorrentes.

16 de agosto

ainda me acostumando à novidade
do tuíter em minha vida. e aprendendo
adoidado.

#

revejo sentimentos de pavor
e de extrema satisfação ao sentir
que minha vida vivida
é real, que possuímos uma vida a dois,
que temos um ao outro para valer,
e que nada irá se desfazer assim,
sem mais nem menos, a não ser
que queiramos ou se formos levados
a isso. tenho uma vida real.

#

a leitura de obras mestras
conduz-me a uma excessiva
reverência. leio economia e sociedade,
de weber, e percebo como isso
desaparece tão logo enfrento
o touro pegando pelos chifres.
não preciso derrotar nada nem
ninguém, basta aceitar que estou
diante de um monumento,
e que SOU EU quem está vivo.

#

Penetralia said...
Oi, Rodrigo, feliz aniversário!
Happy Days beckettianos para nós.
Os debates no senado são ótimos de ver, adoro esses barracos.
Queria que alguém jogasse literalmente bosta no ventilador.

&
Rodrigo disse...
obrigado, cara.
mesmo
contrera

6 de agosto

leio o inominável e como que não entendo
o que não acontece pois em mim nos dias reais
é o que menos acontece.

*

como que eu atraso o momento em que
algo me dirá o que tudo isso tem a ver comigo;
como que eu me atraiçôo, ao fazer isso,
enquanto os outros avançam rumo
a lugares ou posições que eles querem ocupar.
mas eu como que fico, como que resto,
como que permaneço no mesmo lugar,
que eu não sei bem qual é, esse lugar,
se meu ou de alguém, se meu ou de ninguém.

*

tudo um esforço interno, algo que parece exigir-me
demais, como se eu estivesse magoando alguém,
quando na verdade eu apenas tento tirar um atraso
malsinado pela minha condição de eterno expatriado.
em parte é isso o que tanto me aproxima do cioran:
esse sentimento de que tudo parece não fazer nada
em nós, em nosso interior, em nossa emoção;
tudo emoldurado por um sentimento de estranheza,
enquanto que os outros vivem, simplesmente,
e eu como que não consigo fazê-lo, assim de simples.

*

tudo poderia ter sido mais fácil.
eu poderia ter decidido sem enrolar ninguém.
mas não: eu enrolei - por não aceitar o que quero -
uns e outros, rumo a lugar algum.

*

e amanhã será meu niver.
42 anos, quem diria.
eu que nem 20 anos tenho.
pois praticamente vivo
no reino da fantasia, de minhas
fantasias.
quem me conhece, sabe.
estou assoberbado de tantos
anos, tantos mal-acabados.

&

o que sei é que AMO assistir a tv câmara.
ontem foram os debates (inócuos, a maioria)
sobre a MP460. hoje, sei lá, acho que nada.
eu poderia ter ficado horas em frente
à tela e aos debates. fiquei meras duas horas.
a cris depois assistiu natgeo.
eu não sei o que me acontece.
mas começo a descobrir mais sobre
mim mesmo do que eu próprio poderia
ter imaginado.

@

Penetralia said...
Rodrigo: aqui tudo me parece como um grande e único post.
Rodrigo: quem sabe, dependendo de outras pessoas?
Com viciados em heroína é assim, entram com metadona.
Talvez vc seja um viciado em cris-tina.
21 de julho, 12h51

em crise terrível. queria falar com ela.
com minha esposa. minha luz. mas
ela reclama que estou dependente demais.
ela tem razão. mas não consigo
menos, não consigo deixar de pensar,
deixar de imaginar tudo,
tudo para nós, para ela, para mim.
penso em nós de forma nada
saudável. é o único norte esse
nós em minha vida.

18 de julho, 15h59

a cris sai, vai trampar, fico em casa
lendo sobre rousseau, ouvindo braxton,
ad infinitum,
encontro o rafa no msn, trocamos arquivos,
pronto, com isso ele fará a edição do som.
por isso amo a tecnologia,
por isso a detesto.

14 de julho, 19h39

entrevistas, pequenas visitas,
nada de muito novo, e pessoas
desconhecidas que não deixam
muita impressão. é o trabalho
nosso de cada dia. enquanto isso,
a cris continua com a dor de dentes
e temos de procurar o remédio.

12 de julho, 21h24

comovo-me algo com darfur
- sou difícil de comover, no fundo -
e posto UMA mensagem sobre o assunto
no tuiter. logo em seguida, um rapaz
chamado jeff smith me acha e coloca-se
seguindo-me. é inacreditável como é
esta tecnologia. entro lá, no tuiter
dele, assisto e mais uma vez me
comovo. é assombroso, tudo isso.
pelo jeito, a coisa pega mesmo pelo
pé. nada contra. realmente, nada
contra. agora sei como vai ser
minha próxima minipeça. agora sei.
não simplesmente sobre darfur.
não simplesmente.

12 de julho, 19h59

foram apenas uns 30 minutos. a cris
me deixou à vontade. vendo o vídeo
sobre darfur, motivado pelo simples fato
de que sou um jornalista, e não posso
estar alheio ao que nos acontece.
choro muito pouquinho, mas estou
melhor agora, sabendo o que acontece,
e sabendo que não tenho mais vergonha
de ser o chato da paróquia levantando
assuntos relevantes como esse.

12 de julho, 12h09

venho nas últimas horas, dos últimos dias,
deixando me influenciar demais pela retomada
de hábitos que eu havia perdido, por medo.
que medo, esse. medo de ser eu mesmo,
de ter minhas escolhas de ordem
profissional e pessoal. medo de gostar de um
certo mundo que me faz.
o mais recente moto com o qual retomei
a mim mesmo foi a entrevista que o gilles
lapouge deu à laura, no último o estado.
pois lá ele se autoclassifica como geógrafo
por deformação, por homem que por
curtir se perder acabou deslocando
grande esforço num estudo ao qual
ele não possuía qualquer vocação.
comigo acontece como que o mesmo
mas com uma série enorme de pontos
e disciplinas. algumas delas a música,
a filosofia, a antropologia, a sociologia,
tudo o que me move de certo ponto sem
conseguir parar de ser eu mesmo

11 de julho, 20h32

tento pegar sócrates, do rossellini,
mas não consigo. fica proutra vez.
mas pego docu muito forte sobre darfur.
a cris faz aquela reclamação de
sempre - eu levo a vida a sério demais -,
mas argumento e ela aceita. não vai assistir comigo.
mas agora aproveito o tempo
para fazer uns ovos mexidos,
economizando o que ela gastou
no bigmac. agora ela faz inalação
com buchinha do norte. não temos
como sair, assim, sem mais nem menos.
nada nos anima tanto e o tempo frio desanima
ainda mais. o lúcio manda mensagens,
ainda acho que ele leva as reações do gerald
a sério demais. amo o cara, o gerald,
mas ele também me disse, melhor ligar
o foda-se.
e a net fica para amanhã, domingo,
autorizados por mim, síndico. sei que
crio exceção, mas não ligo.

11 de julho, 17h22

meu maior objetivo sempre foi saber:
descobrir, entender, ser o primeiro.
nesse sentido, até que ajudam as resenhas do
jornal de resenhas. porém, fico insatisfeito
com a qualidade de certos materiais,
parecendo terem sido escritos às pressas,
meio que jogando as palavras, como se estas
mal importassem, como se pudesse sair
qualquer coisa. mais um sintoma da decadência
uspiana.

#

esperamos a cris e eu o pessoal da net.
everton araújo, o dito cujo.
enquanto isso, leio - assombrado -
o jornal de resenhas 3 da discurso editorial,
ou seja, da usp. e admito maravilhado
como tantos links - alguns antiquados, quase
todos - me animam a sair da modorra
em que - acredito - minha depressão
me meteu. não adianta mais - tanto -
ir atrás dos porquês de minha inamobilidade.
resta-me (-nos) apenas andar. keep walking.

10 de julho, 18h49

admito no tuíter
para o lúcio
que realmente eu não trabalho
MINHAS fixações. como se me sentisse
diminuído por elas, ou sentisse
que realmente isso iria me colocar
à prova. sim, taí. é preciso sair
da redoma de vidro em que eu
próprio simplesmente me coloquei.

#

mais importante que ter o que compartilhar
via tuiter, blogs ou recursos que não páram
de crescer e de dominar mentes,
deveria ser possuir bom senso para melhor
guiar o que podemos em nossos mundos.
mas reparo que tantos recursos levam
a grande maioria das vezes à inação.
não fazemos nada porque simplesmente
é mais fácil ficarmos sentados fingindo
que conversamos com alguém.
claro que há muito o que aproveitar.
mas a tecnologia poderia ser mais
efetiva, realmente. permitindo bloquear
por exemplo
atos ilegítimos, e assim por diante.
mas ela por enquanto
serve apenas para descortinar
o mundo; não é pouco, mas já é pouco.

10 de julho, 12h51

intervado do serviço.
tirando fita com entrevista.
mas tá tão chato ficar aqui, este
dia deslocado, deslocado do mundo.
independente:
o gerald tá chateado com o
mau-trato que o meirelles
faz de sua imagem (do gerald),
fazendo uso do personagem
oswaldo thomaz, em som e fúria.
eu, de minha parte, acho
injusto. cá comigo, creio
que o grande chamariz que faz
do gerald vítima contumaz dos
invejosos está em que ele não
se limita: quer todo o mundo,
muito embora não consiga -
como ninguém consegue - abarcá-lo.
deverá ser - nos devidos limites -
meu próprio destino. isso desde já
acontece, em minúscula escala.
é um peso enorme ter talento,
mais do que os outros gostariam
de ver. mas cada um precisa
aceitar o seu próprio destino.
ligue, não, gerald, digo a ele:
os cães ladram, a caravana passa.
enquanto isso, penso em chamar
atores para minha pequena apresentação
futura nas satyrianas. chamo o rafa
contudo
e ele não responde.

9 de julho, 23h15

assisto.
e gosto. fazer o quê.
http://en.wikipedia.org/wiki/Slings_and_Arrows

9 de julho, 21h31

ouço Arbos, de pärt, inteira, e percebo
que a economia de seu minimalismo contagia
meu teatro. realmente não entendo
por que se fala tanta coisa, tanta coisa
que não atinge os corações. eu clamo
na verdade
por formas de dizer apenas o que se necessita
dizer, e nisso gasto meus esforços - não
em vão.

#

ouço agora, enquanto não me decido
se assisto a som e fúria, o
msa glagolskaja amarus,
de janacek. e percebo que
quando pergunto ao lúcio como ele
faz para ouvir ópera, é porque
eu entendo como ópera
só as peças realmente relevantes,
e se possível recentes.

9 de julho, 20h59

não sei se me disponho a esperar tanto
para ver o pessoal do teatro se engalfinhar
em som & fúria. estou longe de participar
a esse ponto, como espero sempre estar, aliás.
prefiro ficar quieto, ouvindo arbos de pärt.
amanhã, aliás, o dia será longo, na medida
em que não houve feriado prolongado,
e em que a própria cris terá de trabalhar
de casa mesmo.

#

como eu gostaria de entender do teatro
longevo, desse que perpassa as eras.
é ao que sei essa a única forma real
pela qual gente sem eira nem beira
como eu pode deixar alguma marca
no presente, futuro e passado.
quem sabe por isso eu invista tanto
em tantos sonhos, que podem não
ser frustrados, caso eu não pise
ou mije fora do penico.

#

converto os dizeres do tuiter em
diálogos comigo mesmo em meu blog
comentariosdocontrera.blogspot.com
é como se eu me desse importância
demais, sei. mas não quero perder
as pegadas que deixo sem querer
por aí.

#

9 de julho, 14h37

retomo minhas audições de arvo part, desta ver com arbos.
preciso de qualquer maneira encarar essa
seriedade ultrarreligiosa que ele defende,
uma hiperreligiosidade fundada no poder da música.
ele comenta aliás isso tudo naquela entrevista
que a björk dele fez. ele comenta e diz, a música,
neste mundo em que tudo mata, em que tudo
parece feito para mais matar e matar,
a música pode salvar. tudo a ver comigo.

#

agora que eu tuíto (onde já se viu isso virar verbo),
pode parecer que o resto das coisas
virou antiguidade. não bem verdade.
reparo, ao invés, que os posts do tuiter
simplemente reproduzem a intenção
particularíssima de qualquer um. reproduzem mesmo.
e vemo-nos face uma outra forma de reaproximarmo-
nos de nós mesmos por meio dos outros.

#

meu twitter: www.twitter.com/rcontrera

#

claro, cara, como não!

@

Lúcio Jr. said...
Oi, Rodrigo. Não tenho a menor ideia de como corrigir a tal história do script. Me dê uma luz! Para colocar vídeo, vc tem que jogar o endereço que está no youtube em "incorporar" lá no mesmo lugar onde vc publica texto.Vou procurar sobre SOm e Fúria. Vou a Campinas agora com mais frequência daqui por diante, vamos ver se a gente combina um dia eu ver sua peça lá na sua casa. Abs do Lúcio Jr.

#

8 de julho, 19h41 (último post):

#

não sei se vocês repararam, mas eu
como que me reaproximo do mundo
só agora, por trauma, mal digerido.
e por isso encaro como uma revolução
que eu possa acompanhar e comentar
tudo o que vai me invadindo, por simplesmente
acontecer. como agora, em que ricardo
kotscho, esse tão incensado por meus ex-
colegas, remete ao prêmio recebido pelo lula:
e dizendo que a grande imprensa bulhufas.
é verdade, kotscho. mas... ah, vai,
deixa pra lá.
o lula tem quem o defenda.
e quem o ataque. prefiro continuar
sendo ninguém.

#

aproveito porque me lembrei.
há alguns meses, por ocasião de uma premiação -
de uma outra pessoa - entrevistei-a para a revista
em que trabalho. e reparei que o que ela queria
é PERMANECER. na memória de alguém
ou na própria. ela pediu que enviássemos
vários exemplares da revista. e depois me
ligou agradecendo. hoje que podemos
permanecer - mais do que nunca podemos -
quem mais quer isso? não há mais essa
necessidade pois estamos em todo lugar!!!

#

eis que postei um comentário
no blog do estudio 11 (http://www.estudio11.blogspot.com/):
não me recordo tão bem (embora tenha sido agorinha, mas é mais ou
menos: "gostaria que você excluísse meu comentário. você
poderia fazê-lo? por favor...
contrera)
sei lá por que fiz isso.
deu vontade.

#

e realmente mais que percebo
que no convívio dos dias-a-dias eu
NÃO CONSIGO aceitar o comportamento
dos que pretendem passar o tempo
coçando em serviço - só porque por algum
motivo estão insatisfeitos -
e que me aproxima sempre mais
dos que estão mais acima, sempre mais acima.
acabo ficando claro preciosista, como se
fosse necessário ser phd para conversar
comigo. mas é que a moral dos de baixo
me incomoda, quando não se sujeitam
ao fato de estarem simplesmente embaixo.
valorizo sumamente por outro lado
os humildes que se sabem embaixo mas
que fazem de tudo para subir e terem
vidas decentes. sei lá.
não soube me expressar.
simplesmente o que queria dizer
é que não CONSIGO lidar com os medianos.
só consigo mesmo lidar com o poder supremo
e a ausência de qualquer pretensão a poder.
como se a vida fosse uma escolha interminável
pelo prisma moral desejado.

#

entendo agora (agora! agora!)
que minha insatisfação com as regras do
jornalismo atual (no qual são pregadas na cabeça
do transeunte os códigos da necessária objetividade)
coincide com minha absurda (pois exagerada)
necessidade de expressão. hoje, em visita
à dupont, para entrevista, reparei que
eu preciso realmente - e sempre precisei -
de uma viável válvula de escape, por ter-me
sujeitado tempo demais - ou vezes sem
conta - ao suposto saber - um saber, sim, mas
não refletido por mim - das autoridades,
dentre elas mãe, pai, professores, mais velhos,
etc. só agora percebo isso. só agora.
mas pelo menos percebo.
ah, e sobre a dupont. gostei do que vi.
aprendi algo de convívio intercompanhia.
mas ainda me ressinto da ausência de calor
em companhias como aquelas. pelo menos
do calor de que eu necessito.

#

sempre que eu me exalto - para cima ou para baixo -
tendo a dar um enter nas linhas aqui
e isso deixa tudo meio bagunçado no entrelinhamento.
é curioso reparar quando cometo o erro.
sempre que me irrito, ou que começo a dizer
o que me afeta, realmente. vou deixar assim.

#

o lúcio deixa aqui
mensagens de comentário
em post que eu já deixei há muito.
deve ficar mais fácil para ele
ir até o final da página.
coitado. quanta bagunça faço
também aqui...

#

eu gostaria de saber quantas provas
são realmente necessárias pela câmara
para cassarem um sujeito (refiro-me ao edmar
moreira, o do castelo) que admitiu cometer
o que não se deveria. claro que eu
ao comentar isto aqui deveria ler o relatório
do deputado lá do piauí. mas ou não posso
ou não quero. mas mesmo assim gostaria
de saber. é interessante tanto procedimento
para nada de resolução.

#

sem teto vão pedir ajuda a lula
na casa que só é dele quando ele larga
o osso em brasília - ou quando deixa de viajar.
estará o pessoal mal-informado, ou desesperado?
sugeriria que a última opção é mais válida.
eu tenho uma certa queda por sem teto:
pois por pouco não viro um; pois entendo
o que sofrem, todos; porque me amiguei
no bom sentido
da revista ocas, de sem teto.

#

tá na hora de a gente entender que
em termos de escândalos qualquer contemporização
é ruim para uma efetiva (legítima) resolução
de problemas. não deveria à opinião pública
interessar qualquer promessa por parte do
senado absolutamente corroído por ilegalidades.
deveria, isto sim, ser exigido o desmonte
de toda a parafernália que guiou a casa
nos últimos trinta anos. isso não significa
mandar senadores para casa - muito embora
vários, muitos deles, o mereçam. significa
destituir, sem necessidade de qualquer
prova factual, todos os nomeados por meio
de recursos ilegais, ilegítimos ou não auditados.
simplesmente. não se limpa escolhendo o que
jogar para debaixo do tapete. joga-se todo o
lixo fora, simplesmente.

@
Penetralia said...
Achei interessante aquele seu comentário sobre a armadilha do
penetralia e incluí uma fala sua no texto.

#

7 de julho, 22h08:
a lu recebe o pacote,
ouve a música e delira,
já imaginando seus passos,
nesta que promete ser a
primeira verdadeira pecinha
dançada de minha vida.
precisarei mandar-lhe algumas
dicas, mas ela tem-nas todas.
nós nos gostamos, e isso basta.

#

mais o tempo passa, mais percebo
que perdi o pique de duvidar de tudo:
quero agora mais é acreditar em algo.

#

nada de muito novo a inferir
dessas tentativas nossas de chegarmos
a acordos com quem só quer vantagens.
nada de muito novo, pois as pessoas
e as circunstâncias mal mudam.
não mudam de cor, nem de forma,
não mudam absolutamente nada.
agora pensem nos sarneys da vida.

#

uma coisa que me atrai no lugar onde trabalho
é perceber que existem muitas vidas e muita vida
no mundo subterrâneo deste país afamado:
muita vida que surge sem ao menos esperar
condições para tal; muita circunstância mal
aproveitada, e muito sucesso de onde menos
se espera que ele venha. é o mundo que rege
nosso mundo, e não o sabemos. são empresários
também, mas é gente que vive,
às expensas desse mundo que flutua no ar.

#

foi identificado um sujeito na latinha onde
a cris trabalha; ele teria viajado ao méxico,
e ainda não se sabe se foi realmente contaminado.
foi isolado, como tudo; isolamos tudo, não
tomamos conta do todo. pelo menos fico
sabendo que a cris não está fraca em saúde;
e médico idoso se altera: por que tanta
inalação, isso não faz o menor efeito.
lembro-me de mim, outrora. fico bem.

#

6 de julho, 23h14:
e assisto a moses und aron
e a nietzsche contra wagner
e reparo em como o gerald
continua até certo
ponto a ser o mesmo.
mas algo desde já me afasta
mas me aproximo, também.
as luzes, as luzes.

#

6 de julho, 21h14:
coloco a data para convencê-los
de que me mexo e posto sim:

enquanto vou à usp (ver abaixo)
reparo que me aproximo mais e mais
da sensibilidade de um braxton e congêneres
para escapar das limitações dos gostos
dominantes e para aproximar-me
do momento realmente atual.
tanto que já começa a me incomodar
o jeito clichê que a música aparenta
na grande maioria das peças por aí.
dá para fazer diferente, dá para
experimentar.

#

match point, de woody allen:
incomoda-me o amoralismo do sujeito.
realmente me incomoda.
mas o filme é bom. suficientemente.

#

o alberto guzik (os.dias.e.as.horas.zip.net)
posta declaração do almodovar
sobre pina bausch e me convenço
mais uma vez de que é isso que quero:
de certa forma conseguir alcançar
ponto de vista privilegiado
para aproximar-me mais
da verdade que nos deve
guiar, verdade distante do
preconceito, da ignorância
e da estupidez humanas.

#

peço 100 g de presunto,
o sujeito coloca o dobro, e eu,
ansioso, digo que tá bom,
quando quero dizer menos.
ele me joga isso na cara
quando vou devolver,
fico irritado e devolvo.

#

não tenho a menor idéia por que
essa garota do post abaixo, liliane,
me inclui em seus favoritos, realmente.
vai saber. mesmo assim, obrigado.

#

viajo pelo ig, terra, uol e outros que o valha
e percebo o quanto de lixo nos domina.
é realmente avassaladora a forma pela qual
estes media reduzem a pó qualquer mérito
disto que deveria nos conduzir a um
melhor porto: a opinião pública. face
a isso, qualquer demonstração de ironia,
mesmo a mais rasteira, parece brincadeira.

#

surge a primeira suspeita de gripe suína
na latinha em que a cris, minha esposa,
trabalha. não digo onde por receio. mas
sinto falta do curso de direito que não
fiz porque não tenho a menor intenção
de deixar tudo por isso mesmo.
por enquanto fico pasmo e torço
por ela e por nós.

#

pego meu certificado de conclusão
e o currículo e percebo
que apesar de a filosofia dar um monte
de grana por aí - seja para profes vedetes,
seja em revistas, livros, aconselhamentos, etc.,
eu nunca usufruí um tostão
dos 12 anos que passei por lá, assistindo
sem parar e gastando pencas de grana
com livros e cópias de livros sem conta.
como diria a tabatha, do serviço: otário.

#

assisto cartesius (descartes), de rosellini, e me animo sobremaneira a estudar filosofia, a retomar as leituras sem fim, sem uma direção a tomar. isso é perigoso, pois dispersa meus esforços, e estou em condições tais que não posso me permitir tal privilégio. preciso aproveitar melhor as condições que possuo, que me dominam, que dominam meus passos.

#

Penetralia has left a new comment on your post "por que passar os dias e noites pensando naquilo q...": Gostei do comentário da Liliane.

@

resposta: eu atualizo sempre. simplesmente
cada post cobre um mês. e eu comento
de baixo para cima (ou seja, as primeiras
linhas são as últimas).

@

Odeio quando falam comigo. has left a new comment on your post "entrar na web convenhamos é quase insuportável pel...": Publicado em 30 de junho? E hoje é dia 5 de julho? Não é atualizado sempre? Peninha.
Eu vejo teus comentários no Blog do Gerald Thomas. Meu nome é Liliane e eu moro no Rio de Janeiro. Nem sei de que lugar você é... Ou o povo de lá é. Mas, parecem um grupo bem fechado. Até comentam meus comentários, mas quando eu desapareço ninguém manda um e-mail.
Tá. Já chorei. Não ligue. Tem a ver com carência.
Hum
Adicionei teu blog aos meus favoritos.
Quando quiser trocar palavrinhas de escritor, ou quando quiser trocar figurinhas, sempre no objetivo de me fazer pensar em histórias criativas mande e-mail.
Abraços.
Depois comento os posts, por hora estou somente dando um oi.
Fui.

#

entrar na web convenhamos é quase insuportável pela penca de amigos que surgem conectados e alguns deles que entram em contato de repente e como temos de responder, por educação, a todos de uma só vez. é realmente insuperável este sistema, mas realmente intrusivo também.

#

uma outra maravilha - esta que me deixa encafifado, pois é realmente tão útil - é o site da cet com o estado (congestionamentos, ocorrências, etc.) do trânsito na grande são paulo. agora mesmo fico sabendo que a região norte é a única com engarrafamentos - devidos em parte a dois acidentes com vítimas. é estranhíssimo saber tanto, ao mero clicar da tecla. claro que eu não sei explicar por que ela me deixa encafifado, mas me deixa. sim, me deixa.

#

o real faz quinze anos e não quero nem saber quem é o responsável (foi) pelo dito cujo. sei que eu fiquei realmente traumatizado com as hiperinflações e o real só posso mesmo apoiar e comemorar. não posso me esquecer que eu sempre fui pobre, realmente pobre, independente de qualquer outra condição ou classificação.

#

leio matéria sobre transparência pública (http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2009/07/04/portais+aumentam+transparencia+na+gestao+publica+7119919.html) e fico realmente pasmo com a idade aparentada do weber abramo. meu, o cara parece um ancião, quando no máximo tem dez anos a mais que eu! que foda.

#

quinta:
dedico a primeira hora de serviço a ler matérias estrangeiras sobre materiais, e algo em mim começa a renascer. creio que era fato que eu queria me independentizar com revista, site ou algo similar, e que na medida em que foram sendo colocados empecilhos eu entrei em grande desânimo. agora isto é passado. não vejo problemas em continuar assumindo meu papel e em eu me dedicar da melhor forma que eu imagino. simplesmente o mundo torna-se grande demais para meus planos. e isso me deixa perdido.

#

meu deus,
50 quilômetros de congestionamento
à minha espera?
nunca, nunca!
fico aqui.
prefiro.

#

fico até lisonjeado
de dividir espaço
com eles, lá do lado
no blogue do gerald.
lisonjeado? sim, claro.
só estranho a palavra.

#

leio
os blogues do tutty
e do reinaldo
e começo a gostar de estar vivo.
vivo, eu?
não, não é nada,
é simplesmente o gosto
de ser jornalista como eles
mesmo que ao contrário deles
ninguém me leia - mentira -,
pelo menos ninguém desconhecido.
começo a gostar de minha vida.
mentira.
começo a reconhecê-la.
pois ela sempre foi assim.

#

quase sete da noite enquanto
espero ou finjo que espero
que o trânsito diminua, de olho
no link que a cris me mandou
há alguns dias, da cet.
mas enquanto isso emociono-me
com palavras antigolpistas
no blogue do lúcio, e jogo
algo de mim
como comentários no blogue
do gerald; o que viramos todos,
comentadores de nós mesmos.
leio também matéria sobre o vôo af447,
e não sinto nada. nem me vem à
cabeça que terei de mudar (terei?) algo
na peça pois digo que o avião se partiu
no ar e pelo jeito não foi isso, não;
mas que sou eu, jornalista ou artista.
aqui nesta editora sou mais do que
admirado, e faço por merecê-lo.
mas começo a entender que precisarei
avançar com meus próprios pés
na vida, se quiser aproveitá-la
como ela me foi dada.

@

Rodrigo disse...
O duro é aceitar que esse é o nosso modelo de ídolo ...

#

haverá um dia
uma noite
em que eu irei conseguir
auferir algo de mais de legados
como o de uma
pina bausch, ou de muitos
que vão morrendo como
moscas.
por enquanto,
incitado pela arte,
construo meu vocabulário
restrito por enquanto
a palavras e simples
sugestões de visuais. é limitadíssimo isso que tenho
pois não consigo sair da toca em que me meti
ao traduzir tudo em palavras,
abandonando o leque dos sons e das músicas
sem que uns estivessem
limitados aos outros.
é por isso que eu não consigo
vislumbrar ação sem música,
música sem fala, fala sem sentido.
tudo ainda anda muito imbricado.
preciso claro sair disto tudo,
disto tudo.

#

e percebo
e como percebo que
todas minhas pecinhas
são como que videoclips
em que a música serve
de divisor de águas.
isso está mudando, também,
pois começo a perceber
que o que me trava
é realmente a necessidade
de um incrível controle
de minha parte,
quando na verdade
quero deixar a vida
ditar os passos do que
aparece, e eu não deixo.
parece que aprendo também com a bausch
ou simplesmente
estou viajando
mais uma vez na maionese
pois não entendo nada de nada, e vivo
pouco, muitíssimo pouco.
o pessoal percebe,
como eu me afasto em meu interesse,
como tudo, quase tudo, me parece um grande
déja vu.
mas aceitam.
parece.
é o que aparece.

#

isto não é depressivo,
é uma constatação de que algo me aproxima e afasta do estudo a que tanto me dediquei.
algo me aproxima, pois
ainda me interessa, e algo me afasta porque sinto que não terá - mais - poder para mudar
minha vida. ficarei
em suma ainda mais
ensimesmado em minhas
obsessões e distante
das pessoas, que
são as que mais realmenteme importam.
decisão a tomar, também,
aqui, em meio a tantas
opções, pois a vida
mostra-se retomada.

#

ontem mesmo
avaliei a possibilidade
de um dia, quiçá não demore,
em que eu vá me dispor
a prestar concurso público,
condições eu tenho, pois o conteúdo do trabalho
= pelo menos desse que eu vi =
me agrada realmente,
algo com que eu gostaria
de perder minhas pestanas. e o mundo começa a descortinar-se
de novo
de novo
de novo.

#

a xime entra em mestrado
em história social
e desde já coloca em seu perfil do plaxo.
fico feliz por ela,
que desempenha sua vida a contento,
mas eu não consigo mais imaginar-me
sendo dominado por ambientes como aquele.
é como se eu estivesse engatinhando
na vida, nisso que importa,
nisso a respeito do que
eu havia sido avisado:
você gastou sua vida estudando
e trabalhando; chegou a hora de viver.
simplesmente. e tá difícil.

#

deixo-me dominar
por um medo incrível
ao ler beckett, assimilar braxton,
assistir algo tipo pina bausch.
é um medo realmente
inacreditável, esse,
de saber que preciso trilhar caminho pavimentado
se quiser andar para a frente, e é ao mesmo tempo
uma convicta desconfiança
de tudo isso, pois sei que em arte
é preciso jogar as tripas
para fora, e creio fazê-lotodos os dias, e sou obrigado
a isso, na medida em que mostro-me inassimilável.

#

não sei se valorizo muito meus dias,
perdi o tesão do estudo pelo estudo,
agora só vejo utilidade nisso que faço,
e não é pior assim necessariamente,
mas perdeu um pouco a graça, o que
vejo é que estou em novo processo
de retorno, de voltar às raízes disso
que faço, disso que penso, disso
em meio ao que existo.
muito a fazer, pouco tempo a gastar,
muito tempo a viver comungando
a alma que se afeiçoou a viver comigo.

#

e a cris volta da terapia com uma tosse
brava, como ela já tinha, e ela não quer
ir ao pronto socorro, diz que vão lhe passar
o que já faz, e eu o que fazer, fico
abanando o rabo, sei lá.
fico desolado quanto o que falo
não é levado em conta, mas o fato
é que eu também faço muito isso,
e não posso me queixar mesmo de
muito, muito de menos.
a vida é uma coisa complicada,
mas mais complicada é quando
nós mesmos a complicamos.

#

e entramos em acordo,
ao que parece, as moradoras do 92 e o condomínio,
e exulto, por terminar logo com isso,
mas pondero, é melhor deixar para depois.

&

Penetralia said...
Vc tinha que incluir uma maçaneta de banheiro
falante beckettiana na sua peça, q tal?

#

morre pina bausch;
deixarei eu o mundo real
invadir isto aqui?

#

era uma demanda avassaladora
essa que me dominava em dizer
o que me importava para os outros
quaisquer que poderiam auferir
algo com isso; essa demanda
que me fez convencer minha chefe
a investir num outro evento, numa
cria do evento planejado; mas toda
essa minha ânsia domina meus passos
como se eu nunca tivesse sido ouvido,
como se eu nunca tivesse tido qualquer
importância a uns e a outros:
e essa impotência levou-me a assoberbar-me
de argumentos para convencer os outros
a fazerem o mundo andar pelo mero
fruir do prazer de consegui-lo;
conquisto minhas vitórias todos os dias,
mas é pouco, tão pouco; e viver com
a cris, que não quer mais entender -
ou que não entende - é realmente
encontrar a placidez da paz com o outro.
não quero realmente ser decifrado;
quero sempre ter muito mais do que posso
usufruir, ter muito a mais, como naquele
meu quarto dos livros, onde se eu passasse
a vida toda a ler não conseguiria decifrar
aonde eu queria chegar.

#

muitos de nós insistem em
manter os seus mundos reais,
esses que nos invadem todos os dias
meio que à parte dos seus dilemas
que guiam seus pensamentos
enquanto eu adoro que uns invadam
os outros; mas como em meu caso
há tão pouco de relevante
a compartilhar, digo de minha vida real,
preciso como que viajar em minha própria
maionese para encontrar algo que possa
fazer alguma graça a vocês, que
descansam por aí e chegaram meio
que sem sobreaviso qualquer.
o que mais relevante para mim agora
por exemplo
se não o fato de que como uma maça
meio estragada lá dentro dela
mas que supre minha ânsia momentânea
por algum alimento.
e eis que me preocupo enquanto isso
com o andar da cris, minha querida,
dominada por uma tosse qualquer
e que ontem foi tão maltratada no
santa marina, perto de casa.
não nego que no que me diz
respeito valorizo tanto mais
o que parece comezinho;
mas no caso da cris a história
é outra; realmente me preocupo.
mas fazer o que, me pergunto.
ler um beckett qualquer, fingindo
estar com a bola toda.
arrumar a cama enquanto ela
não chega. esperar que o trânsito
se vá, pois ele me espera
agora.

#

um dia eu vou me ferrar
direto aqui, pois escrevo sem revisar
ao mero fluir das palavras e dos
pensamentos que eu vejo concluir
enquanto digito, sem nada prever;
um dia não terei salvo e ficarei a ver navios;
um dia me ferro. um dia, não agora.
não agora mesmo.

#

é muito estranho saber
que tudo o que somos realmente
torna-se tão fluido assim nesta época:
que tudo o que somos e que experimentamos
pode ser trocado entre pessoas que mal
se conhecem, mas se reconhecem.
e que mesmo assim todas essas pessoas
mostram que vivem umas às expensas
das outras, daquilo que elas podem esperar
de si mesmas; que não vivemos sós.
tudo isso apenas demonstra
o quão revolucionário é mesmo
nosso tempo; e como estamos aferrados
ao passado, esses que se aferram a saberes
imutáveis; tudo muda, hoje, e não
necessariamente para pior; simplesmente
muda, de alguma forma.
entendo isso que o gerald diz, lá no blog dele,
que queremos garantir-nos uma sobrevida,
mas não vejo nada de mal nisso:
é uma opção à nossa disposição.
mas de de adiantou tanta loucura,
para um MJ da vida, refiro-me ao michael,
àquele de quem eu nunca consegui deixar
de me estranhar; de que adiantou ele,
com tanto talento, de sobra, criar sua
terra do nunca. virou um refém dos
próprios sonhos, ou não. virou.
morreu de infarto. morreu porque não
aguentou, ou não. morre de infarto
quem não aguenta o tranco.
e fê-lo aos 50, como um jornalista
sujeito a trancos e barrancos,
ou como um empresário soterrado
por dívidas. morreu soterrado por um mundo
que ele próprio criou e recriou. os outros?
ora, os outros. ele não lidava muito
bem consigo mesmo, essa é a verdade.
não devia lidar, eu só olho mesmo de longe.
como olhamos a nós mesmos de longe, muitas
vezes, muitas vezes, repetidas vezes.

#

mas agora
eu inicio nova postagem;
irei fazer uma a cada mês,
sempre atualizada de cima para baixo;
fiz as contas: levaria mais de oitenta
anos para esgotar toda o leque de
possibilidades; dessa forma
posso me garantir uma certa
sobrevida, uma certa;
mas para isso preciso também
investir nisso que vocês lêem,
SE lêem (com acento, sem acento?).
não preciso. somos simplesmente
isso que somos, sem tirar nem pôr.

Saturday, June 06, 2009

por que passar os dias e noites
pensando naquilo que poderia ter feito
se
passamos os dias e noites sentindo
o frio, o calor, a nebulosidade da vida
e não podemos fazer quase nada
com o que conseguimos,
cá entre nós,
quase nada realmente.
prefiro passar a noite em claro
ouvindo a cris tossir, e ela acha
que precisa pedir desculpas,
preocupado eu,
mas ainda a convenço a irmos novamente
a um médico próximo ao analista,
à analista,
creio que a convenço, será,
mas vivo mais quanto menos vivo,
vivo mais comigo quando menos
me deixo ensimesmar nesse meu
potencial inesgotável, como o de todos,
simplesmente minhas decepções foram
parece
mais marcantes e patentes que as
dos outros.
e leio o inominável e como
não poderia deixar de ser
quase me deixo engolfar pela
leitura acadêmica, quando
o que mais me atrai a tudo
é simplesmente o tom de graça
que ouço, dele, mesmo em tradução,
talvez seja boa, nunca vi uma
tradução realmente boa. nunca.
falta de oportunidade, talvez.
meu destino como tradutor
traidor. realmente traidor.

#

sinto nojo
como há bastante tempo não sentia
ao trocar as pedrinhas do cocô
da mim, a gata
de minha sogra.
vocês sabem,
são aquelas pedrinhas que servem
de aglutinante a xixi e cocô de pets
civilizados, esses que fazem
onde se lhes é dito que devem.
mas o nojo que sinto quase
me faz vomitar, e me sinto
meio que mais vivo naquele momento,
puxa, será que é disso que minha vida
necessita, de mais vida vivida,
talvez, acho que sim.
e vivemos
a cris e eu
mais dessa vida vivida
ao sofrer no hospital santa marina,
sendo destratada - ela - por médico
mal-educado (com hífen? sem hífen?),
e eu a tentar ajudá-la,
sem conseguir muito.
menos um dia.

#

crio o blog
contreradepressed.blogspot.com,´
só para não assoberbar quem me lê
de pensamentos e mais pensamentos
decaídos, de quem não sabe
mais a que veio, a que vem, todo dia,
enquanto estes dias correm,
enquanto eles não acabam.

#

lúcio, querido
vc vê o que mal existe...

&

Penetralia said...
Oi, Rodrigo! Te reencontro a partir do blog do Gt.
Deixe poesia e cultura mesmo!
essa disposição tá tão poética.

#

o gerald me inclui nos seus links favoritos
e coloca lá, como identificadores,
"poesia e cultura". é curioso como
meu estilo, de colocar tudo
simplesmente centralizado
parece poesia, e não é.
longe de mim tratar a poesia
de uma forma assim meio estranha
mas também nada para mim é tão
sagrado assim. simplesmente
os ditos aqui são centralizados,
só isso. mas é como tudo, hoje.
você diz uma coisa, e a pessoa
vê e entende o que quer ver.

#

são momentos simples, singelos,
que passamos juntos abraçados
ou quase.
que seria de mim sem
esses momentos, que tanto
fazem falta quando nada mais
ocupa o lugar da felicidade.
entendo o ponto de vista
- passado, no que me diz respeito -
daqueles que não sentem o amor.
eu sinto-o, de veras,
e não deixa de ser o que mais eu sinto.
conto à ana luíza, da cultura,
isso que diz respeito ao amor
mas ela não se comove, pelo que noto.
diria eu que não é fácil
chegar ao ponto em que já cheguei
há muito. o ponto do no return.
mas agora eu volto, repasso
a vida que ainda temos a viver
conosco, conosco mesmos.

#

compro o inominável,
mais pelo texto explicativo?
não, não bem isso.
e encontro o caetano vilela,
pergunto-lhe como vai a peça do
stoppard, e ele me diz que prefere
outros sescs aos que lhe indicam,
e lhe passo meu cel como contato
para quando começarem os ensaios.
quem sabe rola novamente
eu me meter no metier
pela via dos fundos.
não sei. nada de via dos fundos.
o que quero é ver TUDO por
outras vias que não as tradicionais.

#

tudo
são explicações incompletas.
tudo deixa atrás de si umas marcas
a que não consigo fazer jus.
tento me concentrar e
não consigo - por mim e por eles.
minha última sessão rolou difícil,
difícil, realmente, mas rolou
e ficaram marcas tênues de problemas
a enfrentar, de dilemas a solucionar.

#

explico
tento
o que me acontece.
trabalho onde nada mais me satisfaz.
vivo com quem amo, mas como pouco
me satisfaz é como se vivesse um tempo
passado, águas que não levam longe,
e me sinto estorvando, como no livro
do chico, aquele primeiro,
que ganhei da minha irmã.
aquilo que fazia sentido em minha vida
era o teatro -
minto, era a exposição
de minha subjetividade.
mas hoje isso é muito pouco -
pouco DEMENOS. excessivamente
pouco, tão pouco que mal me agüento (com trema).
agora a cris volta para casa
e eu espero o trânsito passar
para ir embora
mas o trânsito não vai mais passar
- sou eu que passo por ele.
preciso dar um jeito na minha vida -
antes que ela dê um jeito em mim.

#

meus sentimentos são demasiado dúbios
com respeito a tudo o que me acontece
que eu não sei mais o que fazer. ficar ou ir,
tanto faz para mim, agora. estou realmente
perdido, não sei para onde vou, o que faço,
o que deixo de fazer. não sei mais nada,
a meu respeito, a respeito do que me rodeia,
nada, praticamente nada. e eis que descubro
tudo, praticamente tudo.
descubro por exemplo
que aquele meu colega simplesmente
acabou batendo de frente com uma
situação que ele não topava mais topar.
saiu por discordância, e ele ao que
parece não se faz de rogado ao deixar
isso claro, aos poucos que olham
nos olhos deles, lá na profundeza
da alma dos outros. descubro
isso conversando com o bruno,
outro que sai, mas também por
perceber que a orientação não
levava muito longe,
sai não por discordância,
sai mais por exaustão.
digo isso a alguma, e deixo bem
claro aqui que a vida é assim.
eu fico meio desolado, meio é foda,
mas fico apenas MEIO desolado,
mas é a vida, como vai, como fica.
lúcio,
eu coloquei toda minha obra atual
num blog por aí. logo te mando
um convite e você poderá ter acesso
a tudo, são 13 mini peças, e falta
colocar ainda a primeira,
aquela que iria virar outra coisa,
mas que na hora não virou muito mais
do que apenas as palavras jogadas.
logo te mando o convite.

#

mas eu aos poucos
muito aos poucos, quase
imperceptivelmente, quase
sem querer, mas com toda a vontade
de querer, de desejar mesmo,
me boicoto. boicoto quem me apóia
e anima, me boicoto. não sei por quê.
como se tudo o que acontecesse
eu realmente negasse que em mim
está acontecendo. como se as
pessoas ao meu redor não existissem.
e existem? não sei. sei que estou
e mal estou aqui, estou mal, inclusive,
mal, com mal-estar de estar aqui.
eu não perderia meu tempo aqui
dizendo isto que digo se isto
que digo
não fosse a maior realidade,
aquela que define meus dias e noites,
aquela que me faz querer viver ou morrer
quando no fundo nós só vivemos e só morremos
- tudo ao mesmo tempo. tudo.
ao
mesmo
tempo.

#

almoço com os colegas
mas, ao contrário de antes,
não me deixo dominar pela
vontade de participar.
participo ou não, a variar
do humor. e percebo
como de vez em quando
- poucas vezes, umas duas -
colegas ao improviso buscam
meu olhar de aprovação
sei lá sobre quê, futebol não
seria. e na hora aceito,
coloco meu ponto, mas
não entendo muito bem -
reflito depois. agora, neste
exato momento. e como ao
final o raphael, o rappa,
engata uma terceira, escolhendo-me
para desabafar contra aquilo que
certas outras presenças fazem
e como com isso elas desagradam
os mais próximos colegas.
não me importa aqui o assunto.
importa-me como ele me escolheu
ali naquele momento para um
breve desabafo, com o qual eu
soube compartilhar meras
sensações - ou trocar impressões.
lembro-me ao fim de eu dizendo:
assim como os chefes escolhem
seus subordinados, os subordinados
escolhem seus chefes. você não deve
esquecer-se disso, é disso que se
faz a relação patrão-empregado
ou chefe-subordinado. de um
mútuo reconhecimento.
não sei de onde tudo isso surgiu.
mas sei que eu o disse.
sabedoria, nada. apenas estranho
como deixei-me tanto tempo
dominar por um tão elevado
sentimento de desprazer
COMIGO MESMO.

#

foram-se anos maltratando
a mim mesmo, implorando
ser aceito por mim mesmo
para que ao fim de tudo
eu reparasse que só eu
mesmo, só eu existia aqui
ao meu lado, que ninguém
valia tanto esforço, por tão
pouco, por tão mísero pouco.
o cadu, fazendo o que lhe deve,
ajuda a que eu consiga me
libertar de tanto mas tanto
esforço infrutífero de achar-se
aceito - sem aceitar-se primeiro.
tudo agora ao que parece
virá mais leve e mais rápido
ao mesmo tempo. como nos
filmes, em que o desenrolar
vale mais do que o final,
como na vida, de que
é preciso participar, antes
de vencer no final. bonito,
viver. raro, para mim.

#

passo o dia reparando nas fotos
que tirei da cris e de mim
no parque do povo, lá perto da cidade
jardim. os dois deitados, lado a lado,
tomando um sol de fim de tarde.
parecendo dois mortos num jardim.
tirando aquela foto em que a cris
me observa, de lado, virando o rosto.
não posso negar que o pensamento
da morte domina os meus dias,
como se eu estivesse o tempo todo
passando por momentos fadados
a morrer em si mesmos,
a virarem cinza, feia cinza.
por outro lado
não posso negar
que os dias que se passam
têm sido felizes, os dois cada
dia mais juntos, o sexo mais
prazeroso, mais brincalhão,
os espaços - de um e de outro -
mais respeitados. mais e em
maior quantidade. mais
enlaces, eu diria, na falta
de uma palavra melhor.
é uma teia - já construída -
sendo reconstruída,
aos poucos, pelos dois, pelo mundo.
sofro demais com o pensamento
do fim, de qualquer fim,
e agora que o fim se afasta,
e se deus quiser
agora que o fim se torna
um desastre não mais iminente,
agora ao que parece
começo a simplesmente viver.
amanhã e depois - dois dias, tornados
três - ela vai trabalhar fora,
num hotel, pago pela empresa.
sinto saudade, sim, mas sinto
mais saudade de mim mesmo,
do eu que se mantém aqui,
e que gostaria mais de estar lá.
(não sei bem o que
quero eu dizer com isto acima,
mas vá lá, eu já disse).

#

tá lá.

#

logo postarei em blog exclusivo para isso
aosqueficam.blogspot.com
o texto de minha próxima (a apresentar)
mini-peça.

&

Lúcio disse:
Rodrigo, use a frase que eu ouvi do pároco
ontem eu sua peça: a morte é um dom,
a morte é uma gostosura.

&

Lúcio disse:
Postei o texto sobre vc na Usina.

#

como anuncio ao Lúcio
esta peça, a última, trata da morte.
mas não da morte como sentida de fora.
a morte mais sentida de dentro.
a morte mais real que nos atinge todos os dias.
mas não acho que valha a pena
falarmos de assuntos a sério.
por isso a peça é uma comédia.
uma tragicomédia?
não tanto. não tanto.
não tanta seriedade. para quê.

#

a nova peça assume forma final.
se eu quiser fazê-la como se deve, requererá
uma dedicação nada desprezível.
desde já digo que preciso de atores.
ontem quem sabe tenha encontrado um.
quem sabe. quem sabe não.
são só os desesperados em busca
de uma tábua com a qual sintam
que podem se salvar.
não existem tábuas, hoje.

#

disponho ao Lúcio
todas as anotações que fiz ao texto dele.
sei que isso não bastaria.
ele quer que eu fale sobre a reificação.
é como se ele estivesse querendo aplicar
um SENTIDO àquilo que rola na peça
e no palco, e talvez na vida.
não nego, mas não afirmo.
é uma leitura, bonita, até;
mas não existem leituras finais.
neste caso, pela própria noção de
que algo seria - com a peça - trazido à
consciência; não dou tanta importância a esta.

#

Lúcio:
vá aos comentáriosdocontrera, ao teu texto.
vc irá perceber, com o tempo,
a inclusão de notas com {}.
ao final, pequenas "correções".
com o tempo vou incluí-las, ok.
é isso.

#

Penetralia said...
Sobre o bar: é um bar onde vão acadêmicos e pessoal
"hip" como ele disse.
Ele morou 22 anos no bairro de Williamsbourg,
achei que tinha a ver.
No artigo sobre sua peça deve ter muito isso, né?
Comecemos com um ponto: vc
concorda com a parte da reificação?

&

Penetralia said...
Oi, publique aqui a crítica da crítica crítica.
Só não pode ser: Rodrigo Contrera morreu.

#

releio o texto do lúcio jr,
e cometo uma série de
impropriedades, ao criticar a
própria crítica.
penso se envio o arquivo a ele.
não sei.
não me sinto bem com isso.
pelo menos ficará comigo,
como recordação de certo
criticismo matreiro.

#

precisarei agora
dispensar mais cuidado
ao figurino,
pois esteticamente
é legal causar boa impressão.
convido ator pelo celular.
mas ele não responde.
é o amadeu, da época do gerald.
gosto dele, é forte,
pode causar boa impressão.
amanhã está marcado com o rafa.
precisaremos ir à cata de novos
rostos, novas faces.

#

termino "aos que ficam".
irei solicitar ao berton
que verta uma carta ao inglês,
pois não posso causar má impressão
ao solicitar permissão para colocar
uma música do braxton na peça.
de resto, leio o texto
ao wagner, meu porteiro,
e ele gosta muito.
é animador ver os olhos
de quem se deixa afetar pelo texto
- apenas pelo texto.
mas ele compreende demais,
até quase no exagero,
ao ponto que me faz repensar
se eu tenho de lutar
para ser até certo ponto
acessível. creio que não.

#

o paulo berton faz diferente.
prefere ater-se àquilo que sente,
que vê e que sente,
e faz um texto bem mais comedido
pelo menos a primeira parte,
repleta de encômios,
que me surpreendem pois
não estou realmente com a bola
toda. não mesmo, não mesmo.
mas gosto também da iniciativa.
será mais um a manter informado.
ah, amanhã reunir-me-ei
com o rafa para discutirmos
a próxima peça.
pretendo levar algo?
não sei. acho que sim.
algo precisa ficar mais sério,
para que eu consiga realmente vender
a desnecessidade de tanta seriedade
por aí. só assim quem sabe
consiga vender o meu peixe.

#

enquanto o dia andava,
eu lia o trabalho que o lúcio teve
em tentar transformar o que fiz
em algo que pudesse motivar um ensaio.
tudo muito interessante.
mas não sei se gosto de me ver assim,
distante, num trabalho que visa
reaproximar-me do todo.
gosto, sim. não nego. mas
algo me afasta, por outro lado.
o que seria, não imagino.
nessa dúvida, chego até
a rascunhar, como comentários,
espécies de "acertos" e "erros",
mas não gosto do que faço, desse tipo
de censura, realmente, é uma censura.
o lúcio soube transportar-me a um tempo
mais acadêmico, mais sisudo, menos
dramatúrgico, refiro-me ao palco.
simplesmente ele teve coragem de
me ler e me ver com os olhos de
outros, também. aprecio o gesto.

#

não entendo, lúcio,
por que você escolhe assuntos
como esse miss favela, que deve ser lá mesmo,
simplesmente o gerald nunca deve ter
passado por lá.
mas tudo bem. e se for, eu me pergunto?
desculpe, lúcio, por qualquer coisa.

#

não, lúcio, isto não são formas de poema.
isto não é nada.
é só uma forma de colocar
tudo
centralizado.
quem vê pensa que é
o que não é, por quem
pensa que faz.

#

enquanto isso,
a vida continua.

&

Penetralia said...
Oi, Contrera. Q bom q recebeu.
Olha, estou indo a SP e voltando no dia seguinte.
Precariedades econômicas. Senão ia ver sua peça, a blognovela,
etc.
O Zé Pedro tinha um tal de Oxounosso que uma aluna
riponga da UNESP me falou que era o oxoudele.
Alguns alunos implicam com ele.
A hippie disse que em 2002 ele fez um show
em homenagem à Semana de Arte Moderna
e trouxe um travesti amigo dele para o show.
Daí a platéia se revoltou
e virou as costas para o show.
A aluna (chamada Sol ou Morango)
falava dele como de uma pessoa chata, repugnante,
pondo o dedo na boca, mas achei que ele
foi genial em provocar polêmica nos cinquenta anos
da Semana...
Abraços do Lúcio Jr.

&

Oi, Rodrigo.
Estou gostando dessa disposição em forma
de poema.
Vc viu essa da Miss Favela no blog do Gerald?
Eu falei desse bar em Williamsbourg.
GT me corrigiu, disse que Williamsbourg não era
onde eu estava falando.
Daí procurei no google maps...
o bar é ao lado da ponte de Williambsboorg,
será que não é
lá?

#

leio "sobre" mim -
menos, leio "sobre" minha obra -
menos, leio "sobre" uma obra das minhas.
vejo-me distante.
tento aproximar-me.
tento?

&

Penetralia said...
Oi, Rodrigo. Você não recebeu o texto até hoje por e-mail ainda não?
A Questão de Crítica tá meio enrolada mesmo.
Se não tiver, me dê notícias.
Se quiser pode me ligar amanhã, domingo,
e a gente conversa um pouco:
37 3 522 7818.
Lá em Campinas ouvi falar do Zé Pedro.
Ele escreve num jornal chamado Tribuna Impressa,
tá na web, mas ele não responde comentários.
Aí desisti.
#

"quando era jovem, eu não tinha
consciência do contexto histórico à minha
volta. Passaram-se décadas para que eu
pudesse dizer, ah, foi isto que aconteceu
então"
philip roth,
a lúcia guimarães (estadão, 14/6/09)
se com ele foi assim,
como não deve ser conosco?
e tem gente que ainda se diz
inteirado para opinar...

#

tentando tirar a melodia de godfather,
reparo que a mera tentativa é algo que
motiva, por estar no registro do possível
mas não do certo.
essas tentativas, que ficam engraçadas,
motivam-me a usá-las no palco.
esse algo aproxima o que faz um braxton
disso que posso eu, um ninguém,
fazer nisso que me atormenta.
no palco. continuarei tentando.

#

mas há algo de doentio em tudo isto.
como que a intenção de provar algo
com meus investimentos em algo que é do teatro.
como que para provar que estou por dentro.
como que para provar que algo de ruim
NÃO me aconteceu. que não deixei de fazer parte
da trupe que pensa. da usp, em suma.
não é verdade. preciso ainda achar
meu lugar no mundo. não é este,
mas também não é esse que eu vivo,
hoje, atualmente. preciso encontrar
meu lugar. esse lugar precisa querer dizer
-me ALGO, o quanto antes.
se não enlouqueço.

#

encontro no usina de letras:
era zé pedro antunes, o germanista que tanto
nos atraía, à kilandra, ao lúcio e a mim,
o dileto professor que tanto traduzia
por traduzir, pelo encanto da atividade
e do contato com o outro.
mas há cinco anos pelo menos ele
também deixou a fase para trás.
no wikipedia, meu perfil tem essas três fases:
textos antigos: usina de letras
textos secundários: comentáriosdocontrera
textos principais: este blog.
claro que os textos realmente
estão em outro lugar.
refiro-me às peças, claro.
e aos estudos, que tenho - mas são poucos
e muito mal-feitos, mas vão sempre
na direção certa, nessa em que ainda invisto.

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mantenho tudo no mesmo post
porque este blog irá realmente assumir um papel
essencial, a partir de agora.
mantenho tudo pois estamos diante do limite
de 1000 posts. e nele estará minha vida,
refletida e em tempo real.
as peças estarão claro em outros lugares.
e o comentários do contrera apenas
congrega o que falam de mim, ou algo
do que faço para os outros.
mas sempre algo de certa forma
terceirizado, colocado como que em
terceira pessoa.

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consigo o contato com hildegard kleeb.
logo lhe peço autorização para tocá-la na peça que crio.
mas fico sem jeito, demais. não quero ouvir um não.
preciso também melhorar o meu inglês, ao menos
o do contato. não posso causar vexame.
não estou à altura disso. não mais.

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crio, crio, e converso com o raffa, já sabendo
mais ou menos
para que lado nós vamos.
ele percebe que estou introjetado demais
para nisto que crio
dar espaço a mais alguém.
mas é o jeito, quero tanto também
criar com alguém. mas tudo é muito rasteiro,
demais, demais, demais. de menos.

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passo o dia ocupado lendo lehmann, teatro pós-
dramático. e reparo em quão tímidas parecem
as conquistas depois de pensadas, refletidas.
é o pensamento, sempre atrasado.
é esse algo de atraso que me faz decepcionado
com os seres pensantes. daí minha aposta
pelos seres sentintes, pelos artistas.
com eles vamos mais rápido ao ponto que
nos interessa.

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enviada (abaixo).
o material está em comentariosdocontrera.blogspot.com

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o luther me encontra, nos encontramos,
e fico de passar a ele minha outra peça,
aquela da segunda satyrianas,
a que eu fiz para o josuel.
colocando uma e outra nota,
um e outro intervalo,
logo estará pronta.
talvez vá numa próxima allgazarra.
é um fãzine.

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meu lado CDF se anima
com a cult sobre o habermas.
compro-a, mas mais de uma vez percebo
que nesse meu afã de novamente fazer parte
- fazer parte de nada, de qualquer preocupação -
navego novamente contra a corrrente
de meus sentimentos. é preciso aceitar
o que se sofre, o que se é.

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triste com o pássaro sozinho
reparo que a cris fica triste com o pássaro aí,
com o simples fato de o pássaro estar aqui.
pois ele sofre em estar engaiolado,
e ela percebe o sofrimento muito melhor que eu.
irei dá-lo, libertá-lo, não sei.
irei fazer algo. é preciso fazer ALGO.
não podemos ALUGAR a natureza
por medo de uma solidão tão nossa,
TÃO NOSSA.

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nossa incapacidade de ser
e de influenciar o mundo que É
faz parte disso TUDO que eu tenho a DIZER.
pela terceira vez isso será o centro do
eXpectáculo a passar numa hora qualquer
da madrugada.
como SEMPRE, eu não busco com ele
protagonismo.
SOMOS realmente NINGUÉM.
por que fingirmos o oposto,
por que fingirmos que conosco seria diferente?
conosco ou sem nosco tantôfaz.

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conversamos o rafa e eu sobre algo que podemos fazer
para as satyrianas. animo-me rapidamente.
irei bolar algo a respeito.
mas por algum motivo também desanimo;
pois o tempo é tão pouco, e tanto.
é como reclamar dos recursos:
tão poucos e tanto a fazer.

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meu relacionamento com a política
é em certa medida cínico.
sei de sua importância, da política;
tanto sei que na medida do possível
dela participo - dando opiniões ou mesmo
mandando como síndico - primeiro cargo
político por excelência;
mas desprezo essa mania da classe média
de valorizar os tais "direitos" de participação;
pois considero que o que todos querem,
em certa medida, é que os outros,
alguns outros, os não-amigos,
não participem; e o que querem os outros?
privilégios, quase sempre.
os que querem a política para fazer algo
de melhor para todos são em número
e variedade ínfimos.
e embora não seja assim que tenha de ser
assim é que é, mesmo em nossa democracia.

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"the objects are situated without any
obvious relationship
to each other"
em Instalação O quarto, minha instalação
- por hora - frustrada, ou melhor,
em uma de minhas tentativas de
dispor em espaço cênico - ou artístico -
algo que eu sentia
havia esse perigo que handke distingue
aqui, neste trecho de Kaspar.
mas eu não o via. ou se o via
não era com a importância que ele assume
aqui, nesta obra.
serve-me para prestar mais atenção.

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há algo tão interessante na rua,
em sua diversidade, em sua pulsão,
que não consigo me afastar de sua
RE presentação - há algo de tão
ESPONTÂNEO em tudo -,
algo que se perde em todos ou quase todos
os outros níveis. mas não me deixo levar, também.
teatro é teatro. trabalho é trabalho.
mas gosto da idéia de reproduzir OS SONS
de uma feira, com todos os significados
decorrentes. logo irei fazer isso. talvez coloque
algo assim nessa pecinha das satyrianas 2009.
onde eu existo.

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"They will not experience a story
but watch a theatrical event".
algo em mim impele-me a ISTO.
mas não apenas.
é como se eu quisesse reproduzir
- REPRODUZIR -
RE - PRODUZIR
no teatro algo que SINTO na RUA.
não me sinto tão abstracionista
quanto um handke.
não me sinto tão pretencioso, também.
mas essa minha pequena crítica é deslocada,
também.
não sou de criticar nada, neste sentido.

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"Can Kaspar do something against other
sentences with his sentence?"
sinto um calafrio. medo.
é como eu me sinto.
"Can Kaspar, by means of sentences,
make his contribution
to the great community of sentences?"
agora sinto solidão. uma das maiores.
"Who is Kaspar now? Kaspar, who is now Kaspar?
What is now, Kaspar? What is now Kaspar, Kaspar?
recurso antiquado, esse.
ISSO é algo que NÃO quero.
o tipo de recurso dramatúrgico
mais do que passado.

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não, lúcio, não coloco os vídeos aqui
primeiro porque não sei como fazê-lo.
segundo porque qualquer um com acesso
a youtube chega perto - e você pode.
terceiro porque se você realmente quer
você vai conseguir chegar lá.
um dia você virá a sampa e eu te mostrarei
a peça gravada - pois a encenação está comigo.
mas acredito que se você realmente aposta em
algo em mim
você não se limitará a
pensar de longe.
o que eu sei é que minhas vias
estão se esgotando.
por enquanto.

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o trânsito engarrafado por vezes é a ocasião
certeira para eu dispensar esforços em CURTIR
o que há de difícil/curtível das peças/obras
mais difíceis do braxton.
mas hoje não é necessário.
quase consigo captar TUDO.
mas em meu afã por traduzir delas
algo na prática do tablado,
não consigo NADA. elas não me remetem a nada.
exceto àquilo que a oficina da silvia leblon
me mostrou: os movimentos/motivos do palhaço.
quero uma CORRESPONDÊNCIA.
quero traduzir a complexidade em
movimento.
tenho uma necessidade mórbida disso.

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em minha busca por algo mais a mais,
leio handke, esse que o zé .... (lá da unesp, lúcio)
deve conhecer muito bem, ao menos em traduções.
mas eu tenho de me haver com o inglês de suas peças.
o alemão por enquanto não consigo voltar a encarar.
mas algo NÃO me atrai nele, em seu esforço.
algo me impele à VIDA. à RUA. a vida de todos nós.
mas é POUCO esse ALGO.

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como que tendo desistido do ensino,
por como que tendo sido expulso dessa boquinha,
eu meti na minha cabeça que seria na arte
que eu dispenderia meus esforços para brilhar.
acho que foi isso.

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o meu nervosismo foi a tal ponto
ontem
que à noite o meu pé começava a querer
ficar enviesado, doendo que nem
um condenado. tive de retê-lo por baixo
do outro, como se fosse um bicho
a ser mantido quieto. consegui, ao menos.
realmente eu detesto aquele tipo de
reunião em que muitos não contêm os
próprios comentários, antes mesmo de
saberem o que diabos está acontecendo.
bate-boca é necessário, contudo,
nesses casos. e lá vou eu tomar café
adoidado, como se isso pudesse de alguma forma
me ajudar. impressão, apenas.
mas em algo me sinto à vontade,
como se ali nesse tipo de reunião
eu pudesse realmente ser quem sou,
e isso de fato acontece.
sinto-me no tablado, outro, não o das artes,
mas num tablado, realmente. como se estivesse
desempenhando
uma função, um lugar específico.
torno-me relevante, também.
torno-me alguém. eu que sempre sinto-me
ninguém, como em minhas peças.
os ninguém são o cerne do que vejo no mundo,
claro, e como sinto - para viver com plenitude
- que isso precisa mudar...
é o complexo do tapete puxado dos pés.
ou do tapete puxado por mim mesmo
dos meus próprios pés.

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algo de interessante ocorre
quando rememoro as obras numeradas
do braxton, pela kleeb.
não consigo assobiá-las, claro,
mas elas aparecem e misturam-se entre si.
é como se sua particularidade
enquanto contemporâneas
obrigasse a que elas se relacionassem
até um determinado momento em que
elas encontram cada uma seu lugar.
claro que toda essa especificidade
ocorre nas profundezas de minha mente,
que é de onde eu vou falando.
refiro-me agora ao lúcio:
você precisa ouvir, cara, você precisaria
entender como esse fenômeno acontece.
dessa forma você quiçá entenderia melhor
por que toda leitura, marcada por referências,
acaba sendo sempre insuficiente,
por que é preciso olhar por dentro,
do organismo vivo, é aquilo a que me refiro.
não vejo a hora, contudo, em ler teu
ensaio a meu respeito - digo, ato falho,
de minha obra.
prometa-me que caso não saia
publicado você irá passá-lo a mim.
ah, sim, a kilandra chama-se
fernanda, é um amor de pessoa,
formada em letras italiano e em busca de trampo.
um dia falo a ela de você. e de nós (upa).

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tudo hoje gira em torno
da redescoberta de mim mesmo,
da reaproximação com esse que jazia,
ao meu lado, à minha frente,
sem eu perceber, sem eu me dar conta,
e da reaproximação com os outros,
a partir daí, a partir daí
com aquilo que agora eu construo
como se estivesse edificando uma obra
complexa, repleta de reentrâncias,
reentrâncias que eu mal conheço,
um constructo vivo, realmente vivo.
e eis que ele só pode ser construído
aos poucos, muito aos poucos, como
alguns constróem peças musicais,
outros filmes, outros ensaios -
como o lúcio jr. -, como todos os
que se sabem work in progress.
a especificidade do meu caso
está em que a obra sou eu mesmo.
construído ao mesmo tempo em
que descubro o mundo dos outros.^
"você passou a vida estudando e trabalhando.
chegou a hora de viver", era o que
os espíritos me diziam. sei que muitos
não acreditam. não importa. mesmo.

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o conserto da caixa do meu baixo
traz-me de novo aquela sonoridade
suja que puxa ao rock-metal de outrora.
encontro pequeno motivo que
me acompanha a noite que começa.
irei sonhar ouvindo os "acordes" (?).
para depois esquecê-los.

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os olhos da segurança, indo de lá para cá.
a figura "destartaláa" (isto é idioleto chileno)
de uma mulher-homem carregando cartaz-seta.
uma mulher-homem-cartaz.
como aqueles do centrão de são paulo.
"vou chamar a federal", do sujeito na loja.
três míseras conquistas, a se tornarem
pontos de apoio em futura peça.
não à toa irão depois dizer que
a influência do gerald é marcante.
agora sei como ele chega, em parte,
àquilo a que chega.

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houve realmente época em que
Messiaen doía aos meus ouvidos.
não mais. ao menos as peças para piano que já citei.
chegam a ser fáceis de ouvi-las, pasmo.
nem busco mais qualquer decifração.
é realmente uma aventura - prazerosa, de fato.

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"beyond quantum", de braxton e outros, é como
aquele tipo de reunião de cérebros insuspeitos
que se largam a debater sobre assuntos realmente
avançados e que deixam os outros embasbacados
com tanta expertise em seus devidos campos.
é um encontro (meeting) realmente avassalador
mas que a mim - que busco uma nova linguagem, e
por vezes encontro - não me diz TANTO assim.
não posso dizer que seja o que busco, hoje,
muito embora me dê um prazer imenso escutá-lo.
como gosto por vezes de acompanhar
debates entre cérebros insuspeitos.
como se eu conseguisse acompanhá-los.
mas o que a música me dá é a capacidade de acompanhar
SEM ENTENDER. simplesmente pelo mero FRUIR.

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Esta é apenas uma mostra * de como tudo anda
realmente rápido nos dias de hoje.
Por que, então, nos atermos ao passado?
Por que, então, nos diminuirmos face aquilo que
muitas vezes apenas não entendemos?
Por que temos de colocar o que já foi
antes de nós
se muitas vezes no nosso interior
habita um nós muito mais complexo
e interessante do que muito
do que há ao nosso dispor
e que nem tempo temos de desfrutar?
O artista por excelência dominava seu metier, sim,
mas antes de mais nada dominava sua expressão,
a expressão do seu corpo,
do seu meio,
ou do que ele dispusesse como tal.

* o post deveria ter sido publicado, enviado por email.
tecnologia obsoleta, hoje. mas para mim ainda
(de certa forma) revolucionária.
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ouço, na íntegra, composições difíceis
- mas não as mais difíceis -
de braxton, e deixo reservado lançamento
de 2008, dele, mas em trio.
ouço-as enquanto a cris e eu ajudamos
a tomar conta do pedrinho,
nosso sobrinho, no carrefour aqui nas vizinhanças. e reparo
como nos acostumamos a criar cenas
em conjunção com a música.
algo que não precisa sair desse jeito.
podemos, porque podemos,
simplesmente opor uma à outra, uns aos outros,
pelo simples curtir da oposição.
mas as peças parecem reservadas a mensagens,
positivas ou negativas.
não à simples fruição da arte.
em algo a respeito tentarei criar alguns atos.
em algo que pode parecer cacofonia, mas que,
assim como na música,
refiro-me ao braxton,
assume ou pode assumir sentido singular.

&

como sempre, sinto-me diminuído face a presença,
apenas a presença, de líderes de opinião pública
como o dimenstein e a bergamo.
o primeiro simplesmente um homem bem-nascido,
a segunda ex-colega bem construída.
o primeiro, no fnac; a segunda,
ao que parece presidindo o conselho
que cuida do parque do povo.
nós - a cris e eu - já adotamos o parque para nós.
vamos lá jogar bola e andar de skate.
mas como nem somos das vizinhanças, nada podemos apitar.
fica com os bem-nascidos, bem-avizinhados.
#

reviso todos os começos frustrados de peças.
revejo também várias das influências musicais,
que sempre levam a mais e mais peças.
e reparo que muito de novo há de vir.
simplesmente as formas antiquadas que usamos
para descrever emoções não me batem mais.
é preciso encontrar uma nova forma de dizer as mesmas coisas.
não há nada de novo a dizer: mais ou menos.
o mundo anda, galopa e precisamos acompanhá-lo
para conseguirmos acompanhar a nós mesmos.
não somos os mesmos que durante a revolução francesa.
não somos os mesmos, após newton. após einstein.
após tanto de novo que nos avassala sem que o percebamos.
para podermos acompanhar os passos do mundo,
urge que o façamos dispondo de todos os meios
que esta fantástica era dispõe a todos nós.
mas exige também que nos desfaçamos rapidamente
disso que nos puxa para trás. nossa criação/formação,
nossos preconceitos, nossa miopia criativa.

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inverto a ordem das coisas. o mais recente, primeiro.
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meu periquito amarelo continua sozinho. morto o verde, parece capenga. nada. o capengar está em mim. ainda não sei o que farei com ele. mas ele parece se virar na vida. por isso talvez eu o solte. mas não sei. ele me lembra algo de que não quero me recordar. o sofrimento. a dor.

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messiaen. catalogue d'oiseaux. martin zehn. não me dói, agora. comprei na época por necessidade de um tipo de afirmação. ainda hoje, essa necessidade como que existe. mas aqui, agora, não. gosto e ouvirei ad nauseam em meu mp3. mas não sinto qualquer referência a pássaro algum. exigir demais, seria. deixo aos especialistas em pássaros e afins.
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dream of fair to middling women. beckett. algo me atrai na busca do belacqua.

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Anthony Braxton, ouço constantemente.
em piano, por hildegard kleeb.
não sei bem por quê. ele é difícil, sim. especialmente as obras extensas, de mais de vinte minutos. mas é um enigma - que pede acompanhamento.
não se pode "compreendê-lo" só de ouvi-lo uma vez. claro que por compreensão não me refiro à sua decifração - não se decifra uma música. refiro-me à aceitação. a aceitar que o que ele faz é superior, em muitos sentidos, àquilo que de bate pronto está sendo feito por aí, na contemporaneidade.
mas, isso é o que mais aprecio, percebe-se sempre nele a intenção de seguir os passos da contemporaneidade. algo há, sim, nele de superior nesse sentido em especial.

@

Penetralia disse...
Jóia, vou lincar vc no blog. Incorpore os vídeos de Arvo Part e aqueles outros eruditos do youtube para esse blog, que tal?
Abraços do Lúcio Jr.

&

o Marco Aurélio Garcia, assessor do Lula, PTistas, passa por mim na cultura paulista. tem uns 4 dvds numa das mãos, a outra também parecia ocupada. passa como se quisesse passar despercebido. lembro-me dele, no episódio do vôo da tam. minto. não lembro dele. lembro do gesto. minto. nem do gesto. comento com uma moça no elevador, enquanto reparo que poderia colocar o episódio neste blogzinho. deixo o epixódio aqui.