Thursday, May 23, 2013

saudade

é uma impressão indelével.
de repente, sinto uma falta. não me vem nada à mente, só surge uma ausência.
é dela, como quase sempre. mas é algo suave, moderado, como uma lembrança de um beijo.
fica uma saudade que bate como um buraco no coração.
mas estou me tornando saudável de novo, pouco a pouco.

Tuesday, May 21, 2013

Um convite especial

Rodrigo Humberto León Contrera deseja compartilhar fotos e atualizações com você.
Rodrigo convidou você para participar do Facebook. Após cadastrar-se, será possível se conectar a amigos ao compartilhar fotos e vídeos, publicar atualizações de status, enviar mensagens e muito mais.

À frente

converso com sujeito no almoço.
digo os dilemas por que passo.
ele diz: não deixe que lá na frente vc se arrependa de não ter feito o que queria. tudo leva algum risco. aposte em sua veia empreendedora, se é que vc acredita nela.
valeu.

Monday, May 13, 2013

Um retorno e Uma dúvida


Preciso fazer frilas para com isso ganhar mais uma grana e para isso, com essa intenção, compro algumas revistas relacionadas ao ramo a que me dedico, tentando arranjar alguma ideia. Compro duas revistas de automóveis, Auto Esporte e Carro, uma de ciência (Galileu) e outra de decoração (Kaza).
Dirigindo-me a assistir algumas peças, sou pego desprevenido pela ausência de convite e aproveito a dica para folhear uma das de automóveis. Embarco numa matéria sobre a LAAD, equipamentos militares de transporte, e começo a retornar à sensação que me dominava durante a puberdade - a curiosidade diante da tecnologia de mobilidade. Eu era fascinado por automóveis e aviões, principalmente. Chegava a desenhá-los com certa competência. Gostava especialmente de tudo o que fosse relacionado a guerra. Depois iria entender que esse gosto advinha do meu passado: de ter assistido ao golpe no Chile contra o Allende. Mas enquanto paixão o tema era infenso de qualquer conotação política. Eu gostava mesmo é da tecnologia.
Foi uma sensação prazerosa perceber que nada havia no fundo mudado. Que eu continuo o mesmo garoto curioso pela ciência envolvendo carros e aviões. Que gosto mesmo é de comparar bólidos, comparar velocidade, cilindradas, potência e tudo o mais. Hoje trabalho em revista de materiais. Mas a paixão me envolve. Quem sabe por isso eu não saia de onde estou. Quem sabe porque com tanto conhecimento eu me considere seguro - uma ilusão. Só sei que talvez por aqui haja alguma solução. Quem sabe por aqui haja um caminho. Quem sabe.

A questão está no tempo


Qual o fator de maior valor para o ser humano particular hoje em dia? O conhecimento? A sabedoria? A riqueza? O que vale mais para todo e qualquer um?
Digo que é o tempo.
É o tempo que permite a qualquer um se dedicar àquilo em que mais fichas aposta. Sem tempo não temos como nos dedicar. E como podemos conseguir nos dedicar se não podemos render a isso nosso tempo? Se precisamos trabalhar para tão somente nos sustentar?
Há muitos caminhos presentes a qualquer um hoje em dia. Mas só muito poucos têm o tempo necessário para a eles se dedicarem.

Wednesday, May 08, 2013

Antro Positivo na Folha ou Enquanto a maré não vem


Lembro-me bem de quando o pessoal da Antro Exposto, a companhia de teatro do Ruy Filho, me convidou à inauguração (ou anúncio da criação) do Centro Cultural Rio Verde, na Vila Madalena. Na época eu queria me intrometer no teatro, sei lá por quê, e não conhecia quase ninguém.
Aos poucos fui-me encontrando.
Um dia, o Ruy me ligou - acho, ou mandou mensagem - me convidando para contribuir, numa crítica a quatro mãos, com a revista online Antro Positivo, que ele havia criado com a Pati, sua esposa. Aceitei, claro. Foram três críticas com amigas dele. Foi uma experiência bem legal.
Não contribuí na última edição da Antro. Mas acompanhei ao longe sua evolução. O Ruy já havia dito no Facebook que a edição 6 (essa) havia superado no primeiro dia tudo o que as outras haviam causado em leituras.
Mas aí eis que ontem, zapeando o portal da Folha, encontro naquele espaço que muda a toda hora menção à revista, com base na campanha que eles, o Ruy e a Pati, criaram em nome da liberdade (de amor, de arte, de tudo). Mandei uma mensagem a ele, parabenizando-o.
É bem legal ver gente que conheço mandando ver por aí. O Ruy é competente para caralho nisso que faz, críticas, aulas, peças, o escambau, e merece bastante. Mas por alguma razão eu também me sinto meio estranho. Como se o mar começasse a chegar até mim. Como se vislumbrasse uma saída nessa minha trajetória insossa.
Explico. Fiz peças que quase ninguém viu (em festivais). Faço oficinas com quase ninguém. Escrevo sobre teatro num blog que poucos acessam - mas poucos fiéis, pelo que noto. Uma trajetória conduzida à sombra de tudo o que acontece.
Admito. Busco uma visibilidade. Gosto que me reconheçam. Mas o preço a pagar é alto. Num dia desses, fui ameaçado por uma diretora, que não gostou de algo que falei - nem me lembro bem o quê. Outro cara deixou de ser amigo no Face porque não disse ter adorado uma peça escrita e dirigida por ele.
O anonimato traz tranquilidade. O anonimato protege. Não nos sentimos sendo conduzidos pelas ondas do mar. Andamos onde mais nos convém. Um dia desses com certeza meu trabalho começará a ser reconhecido - já o é, até certo ponto. Mas tão logo isso aconteça acho que perderei a liberdade que me faz sentir tão livre e solto, sujeito a influências que mal sei por quê nem como me atingem.
Mas por enquanto, palmas ao Ruy e à Pati. Eles merecem.

A Sutileza, Um Baixo ou Ouvindo Leonard Cohen


Comprei um baixo elétrico há vários anos. Quando o comprei, eu estava fixado nele, como costumo estar com coisas cuja relação com minha sensibilidade é uma incógnita. Troquei as cordas por cordas lisas e comprei um pedal de distorção. Passei anos brincando com o som sujo saído do amplificador, achando - achando - que era isso o que eu queria. Eu estava fixado em imitar/emular o som do Rickenbacker do Lemmy. Os Rickenbacker que eu vi eram caros demais. O meu baixo é um Fender Jazz Bass mexicano preto. Em algum lugar de meus blogs tem fotos dele.
Mas noite dessas peguei-me ouvindo Leonard Cohen baixinho - era depois das 22h, o horário de descanso nos prédios. Cantando uma música dele relativamente recente. Vocês devem conhecer o timbre extragrave da voz do sujeito. Eu até que consigo imitar/emular.
Ouvindo essa música em particular, de repente me veio um clique. Algo me fez crer que o exagero nos graves e no ritmo lento lentíssimo dizia algo ao meu coração que eu havia escondido por medo. Será que é isso que eu quero?, pensei. Passaram-se alguns dias, peguei o meu baixo. Difícil captar a nota certa. Difícil entender o que pode ser dito com o discorrer das cordas de um artefato - qualquer (tenho dificuldade com todos). Mas a calma advinda da descoberta me desconcertou. Eu consegui acessar lugares inóspitos somente dessa forma.
Lembro-me que ontem mesmo assisti "Nova York, Eu Te Amo" (vários diretores). Que fui me encaminhando aos poucos em direção a zonas cada vez mais sutis por meio das tramas. Que acabei chorando desprevenido. Um choro suave, gostoso, como gosto. Tudo, orientado pela cena que a Rê e eu estamos fazendo. Uma cena linda, mas (ainda) não tão sutil quanto gostaria.
Pena que tô com falta de grana. Preciso aprender a tocar esse meu baixo. O trovão do Rickenbacker vai ficando para depois.

Friday, May 03, 2013

O que será?

Não sei se é dor, tristeza ou algo do tipo, mas de qualquer forma alguma coisa permanece.

Thursday, May 02, 2013

Pela não-alienação

Minha luta por publicar em blogs vem do fato de não aceitar que eu fique alienado dos meus interesses, meus gostos, minhas reais funções. Como o serviço formal tem vindo no sentido de eu considerá-lo fora do que quero para mim, eu tendo a me alienar a ele e a jogar meus interesses em outras direções.
É só isso.

Pavores descobertos

Agora que estou fechando duas revistas, noto:
- que tenho um profundo pavor do OUTRO;
- que só consigo lidar com ele submetendo-me ou oprimindo-o;
- que é justamente o meio-termo que me engole, não sabendo como criá-lo de forma a satisfazer meus desejos;
- que a ausência de segurança faz-me querer me apoiar em qualquer um.