a sogra na uti, para aferir uma arritmia.

o zé, a carona até o metrô.

a cris me esperando. vamos lá no horário de visitas.

enquanto isso reparo - ao longe - quão distante está o meu desânimo do dia de hoje.

feito em nada.

o guzik foi quem chamou a atenção para minhas diatribes no então blog chamado uma nova viagem, hoje praticamente desativado.

foi ele também que me pediu a opinião sobre a apresentação do vestido de noiva pelos satyros. que eu não dei.

foi ele também quem me convidou a assistir a peça do mirisola, estrelada por ele, sobre a velha apresentadora. à qual que não fui. e pasmem - mesmo estando presente lá. uma vergonha - minha.

agora só tenho a lamentar o falecimento desse que tanto me aguentou. pena. de nós dois.

o coração na boca.

o guzik morreu.

sei pelos jornais.

lembro minhas injustiças.

mais dor.

a jovem rainha vitória. o filme.

bonito. uma história com final feliz.

eu continuo um romântico.

meu medo à justiça é enorme, como se eu pudesse ser condenado a qualquer momento. só isso explica minha relutância a encarar as autoridades.

que sorriso feio tem esse álvaro dias, vice do serra.

percebo o que me irrita nos posts de ex-colegas: a virtual onissapiência em que eles sempre se colocam. como se estivessem acima da carne seca. não nego que eles conseguiram alguma coisa. mas esta não devia lhes atribuir tal característica.

conversamos sobre nosso futuro.

como dois companheiros.

como dois amantes.

concluímos que tudo depende de nossa vontade.

estamos juntos.

finalmente.

por que é imprescindível ler os jornais do dia esse mesmo dia: se não, perde-se a ordem das coisas, e lendo vários jornais (de dias diferentes) tudo resulta muito confuso. cada dia, cada jornal. logo consigo.

Estados Unidos

a cris me diz o quanto gostaria de passear em NY.
entendo.
já passei por isso.
quando passeava em Los Angeles.

quase fico lá.
isso ela não sabe.
teria de contar o que não dá para contar.
teria de contar meu desfrute.
teria de dizer-lhe toda a verdade.
e ela passa por uma longa viagem.
rumo a lugar nenhum?
não exatamente.

tossindo muito.
já três pessoas - a cris e dois colegas - me disseram para procurar um médico.
lá vou eu.

por favor entendam que TUDO o que se passa comigo está escrito em rodrigoleoncontrera.blogspot.com
acabo de verificar. teria MUITO POUCO a acrescentar.
deixando de lado meu tédio pela vida que levo.
minha irritação.
meu desconsolo.
estou falando bobagem?
não exatamente.
muito a dizer, mas como?
ouço robert johnson, o próprio, para sacar alguma coisa com base no mundinho que tenho para mim - e que é o mesmo de minha cris, aliás.

desolado.
e meu terapeuta ainda vê progressos.
desolado.
com catarro. tosse irritante.
mas desolado.
não vejo perspectivas.
exceto se eu assumo o que faço, sem vergonha.
difícil.

encontro os cds do robert johnson, abaixo de todos os outros. todos.

ouço e me convenço de tudo o que tenho a aprender. e a ser.

ela cobra que eu não ligue tanto sem motivo.
recuo.

* * *

insisto em que preciso me readequar.
que preciso entender quem sou, onde estou, por quê.
não consigo. preso a hábitos. mudando-os, mudarei.
é preciso acreditar em alguma coisa. é preciso.
porque vale a pena?

nem ela nem eu jantamos.

ficamos a ver navios.

ela, por ter ido ver os sobrinhos; eu, por teimosia.

fico ouvindo motorhead, inferno.

está sendo bom estabelecer metas, mesmo que limitadas. é assim que superarei a mim mesmo.

meu olhar vaga e encontra aquela foto em que estamos abraçados no centro da argentina. algo acende em mim. logo, se apaga. só ela consegue isso. mas dizer-lhe seria impossível.
recordações, só assim.

ficar junto é sempre pouco. cada um na sua, mas juntos.
mas isso é sempre pouco.
este final de domingo comprova a asserção.

saudade imensa dela.
tristeza, também. por tudo o que não pude fazer. não consegui mesmo.
mas alegria: tem tempo. temos todo o tempo do mundo.
profundamente é como eu amo.

* * *

vejo de onde nascem os monstros. com a cris.
falo para ela que às 8 terei de ir assistir a peça da sonia. fica um olhar tão meigo nela.
amo a cris, realmente a amo. e isso não vai mudar. sou eu quem precisa mudar.

12 de junho. o simbolismo da data não me pega. e é isso que a cris quer. jantamos no gendai vila mariana. mas não me sinto diferente. as barreiras são muito maiores do que parece. e é isso que obriga continuar a terapia. infelizmente, porque queria economizar a grana para outras coisas.

o claudio martins criou blog com os vídeos do gerald (geraldthomasvideos.blogspot.com). legal. mas não me mexo.

digito aqui afastado do monitor. afastado do mundo real. digito. quando poderia estar com. mas algo me faz ficar aqui.

fnac, livro do deleuze sobre teatro. fica para outra.
a busca incessante por algo interessante para ver/fazer/desfrutar faz com que "viajemos" de shopping em shopping sem contudo acharmos nada. já eu posso ficar aqui horas a fio que tudo me é interessante. tudo bem.
mas, mesmo perdidos, andamos um pouco pela rua e já compensa.
agora ela vê tv.

sinto-me recomeçando do zero, precisando conhecer tudo a respeito do que eu tinha estúpidos poréns.
não conheço dylan, por exemplo.

eu queria ficar sozinho.
consegui.

cd do bob dylan. começando a aproximar-me.

curtinhas

leio sobre a autobiografia do lobão e vejo apenas vontade de aparecer. sei que estou sendo injusto (afinal, não li o livro nem conheço o suficiente a trajetória do dito cujo), mas é isso. nunca achei que filho de classe média (mesmo baixa) precisasse de um apoio qualquer.

escrevo aqui e de repente tudo some.

estava falando que temos tanto, mas tanto, que qualquer coisa vira motivo de tédio. um tédio inominável. mesmo face a peças que não irei ver ou ao tal do snowshow, sobre clowns ou com clowns. a reação a tudo parece ser um e daí?.

ontem, aliás, confirmo que esse negócio de clowns em hospitais é um porre. a partir daquele editor que foi ao evento, lá em alphaville. e que só queria com todo aquele papo papar a contribuição do proprietário da colunna.

não entendi muito bem esse negócio da lei da ficha limpa. afinal, quem foi condenado pode ou não concorrer? ou somente os condenados até 4 de junho estão de fora?

tudo bem, até há motivos para apoiá-la, mas a marina não é negra.

casa

evento em alphaville.
compro figurinhas. para nosso álbum.
queria a cris aqui em casa.

chega

o profissional começa a engatinhar. chega de tanto pensamento. vamos à ação.

sim

porque vale a pena.

imprensa

inscrevo-me no 5o congresso de jornalismo investigativo, pela abraji. só um dia, mas inteiro. acho que vou gostar. acho.
e leio a coluna (?) de joão pereira coutinho, na folha, e gosto. direto no ponto. e leio o artigo do melk na folha e tudo bem. marcos nobre manda melhor.

apenas

sou eu. sou eu, apenas. só isso.

por essas e outras é por que prefiro este blogger humilde Ao twitter. aqui não há limites e podemos realmente colocar o que nos aporrinha. lá, deixando de lado o fato da over capacity, podemos apenas aparecer. como mais um. como apenas mais um. já aqui somos tudo o que podemos querer ser.

só

metade do dia em evento, proveitoso.
outra metade na terapia. conversa também proveitosa.
jantar na casa dos pais da cris.
nada demais.
a vida.
só a vida de sempre.

nada

afirmo e reafirmo, defrontado diante de mim mesmo, que nada tenho em mim a descarregar, apesar de ter tanto a revelar.

é

meu aprendizado vai pela via mais difícil: lendo os textos o mais perto do original possível.
poderia deter-me em tchecov. mas eu começo pelo começo.
poderia deter-me nos gregos. mas eu vou mais atrás ainda.
leio gilgamesh, encenado por antunes pelos idos dos 90. e devoro em poucas horas. pequeno mas forte, o texto. queria ter visto a encenação. mas contento-me com o que nos resta.
algo na trajetória do cobain me atrai em direção à autodestruição. e não tenho medo. agora eu entendo o que isso significa.
no shopping, meu olhar vaga em duas outras direções. e percebo que só eu posso saber para onde me dirijo. sou excessivamente preocupado com as consequIencias. simplesmente é o que deve ser.

não sei

passo a tarde lendo os cadernos de política e de cultura dos jornais por aqui e não consigo sair do mesmo lugar.
não sei o que quero, com isto, com esta liberdade toda que tenho e que não consigo aproveitar. aos meus 42 anos. casado e cheio de responsas.

idêntico

por mais que se esforcem, os jornais aqui de sampa não conseguem fazer com que eu conclua haver algo de novo nas brigas políticas por vir. ao contrário de fernando rodrigues, não acredito que essas

vamos mas não conseguimos.
optamos por ir lá para a região da paulista. escolhemos o golpista do ano (i love you phillip morris). gostamos.
jantamos. corremos para ficar com nossas gatas.

impedida a internet, concentro-me nos jornais. leio-os quase inteiros. como me agrada isso, sentir-me parte da vida que corre por aí.
vamos ver alice.

viver

é difícil. não é fácil. é definitivo. quando fazemos algo, não fazemos outras coisas. e se somos o que fazemos...
viver é algo que demanda muito mais do que apenas vontade. viver demanda sacrifício. precisamos saber em nome de que nos sacrificamos. pois a vida é sacrifício. escrevia sacrifícil. fica legal. entenderam.
mais uma vez fechado em mim no trabalho. sem conseguir sair dessa minha toca. algo faz com que invista apenas nisso, nessa sumida, nessa capacidade de desaparecer estando presente. já não luto contra ela. só tento dominá-la.
tão pouco com que os colegas podem se preocupar... tão pouco, coitados.
mas a vida é isso. viver é sacrifício.
passaremos o resto da semana juntos. espero que também na sexta, pois talvez eu venha trabalhar. passaremos um com o outro, realmente. sem nos preocuparmos com o mundo. ele que continue rodando. nós permanecemos parados, rodeados por nossas duas gatas...

convencido

ela me disse: dá uma agonia, não é. ou algo parecido.
referia-se à agonia de ver o ser amado passando por problemas de saúde.
ou algo parecido.
sentia agonia enquanto ela era examinada. sinto agora, que sei que ela está em casa descansando. a agonia da ausência. queria estar ao lado dela. apenas para estar.
mais o tempo passa, mais me convenço.
fico convencido, então.

casa

meu sogro foi pegá-la. queria ter estado lá.
agora ela descansa. nada a fazer. simplesmente descansar.
retomo minha agenda. muitas pendências. resolvo.
enquanto almoço e converso com o zé, gostaria de me dedicar a pensar outras coisas. mas não. fico restrito à conversa do dia a dia.
retorno para acelerar outras pendências.
penso nela. penso em como terá sido o retorno para casa.
reflito em tudo o que somos. que não é pouco.
agasalho-me a esses pensamentos.
são minha casa.