Monday, April 29, 2013

Fantasia em Sol Maior BWV 572, de Johann Sebastian Bach (órgão: Esther Sialm)


Muitas vezes, quando vou dormir, coloco um cd de Bach comprado nas bancas (na época, um crítico meteu o pau na coleção, dizendo que era de segunda, e é, mas e daí) com músicas para órgão. Começa com esta Fantasia.
Sei lá, é a música certa para me facilitar o contato "com os anjos". Há nela um quê de ilusão, de contato com dimensões que apesar de todo nosso sofrimento continuarão presentes no mundo até o fim dos tempos. É fácil entender, ouvindo-a, por que Cioran, meu grande amigo, defendia que se havia alguém a quem Deus devia alguma coisa era a Bach. É lindo.
Há um momento, que se reproduz exatamente neste momento, em que o órgão aparece em toda sua majestosidade e coloca-nos em nosso mísero lugar, esse lugar de gente perdida em busca de rumo enquanto o mundo se dirige de forma desconsolada rumo também a lugar algum. Sinto-me parte de uma dimensão etérea ao ouvir este trecho. Sinto-me como se já tivesse morrido há muito e não precisasse mais prestar satisfações a ninguém, muito menos a mim mesmo. É lindo.
Vocês dificilmente conseguirão encontrar esta música nas bancas, agora. Mas vai que a acham por aí. Toquem-na e estaremos irmanados sem que sequer nos conheçamos. Garanto.

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