Saturday, February 12, 2011

a admissão disso de que preciso assume forma que dá medo. não é fácil encarar a si mesmo de forma inapelável. é preciso maturidade para entender que a vida tem de ser vivida dessa forma. as conclusões a que chego aparecem e desaparecem facilmente. nem deixam rastro. por isso preciso aferrar-me ao desconhecido. para vislumbrar uma parcela da realidade, pelo menos. mas é difícil. uma das coisas mais difíceis que tem, pois para aguentar é preciso entender uma verdade que passa por nós, que nos ultrapassa, e que nos faz ocupar o lugar que realmente temos no mundo, e não outro.

eu fiquei durante muito tempo magoado com o fato de não poder progredir neste emprego. mas olhando de fora não havia tanto motivo para tanto. simplesmente não lutei para isso. preferi me focar em algo que me atraía - a técnica - para ser deixado em paz. isto precisa inclusive ser discutido, para ver se quero continuar da mesma forma.

vivo o tempo todo pensando em uma forma de escapar do inelutável que me acompanha: minha vida real, com meus objetivos reais e meus recursos reais. mas claro que não consigo. pois não faço com que meus desejos se tornem - mesmo em pequena medida - realizáveis. permaneço no sonho. tanto que agora - em que tenho o material para a peça - permaneço com medo, de dar certo. embora algo me diga que tudo já é real.

a real prova de que minha cabeça está em outro lugar está em que determinados acontecimentos que fizeram a minha vida parecem perto, muito próximos, quando aconteceram há mais de dez anos. O tempo não passou para eles, ao que parece. já eventos que fazem minha vida atual como que NÃO ACONTECEM. não deixam marca. isso precisa mudar. preciso viver a minha vida. uma coisa realmente acontece: quando coloca alvaro de vita no google como que me sinto realmente afastado de todo esse mundo, e como que aquele universo não tivesse mais nada a ver comigo. como se ele tivesse ficado lá, parado, e eu tivesse andado. não sei bem o que ocorre. outras coisas, porém, permanecem, outras paixões. bem mais fortes, bem menos formais. talvez eu não aguentasse passar nas provas e nos exames. nunca vou saber. por outro lado me vem a agonia de haver desperdiçado uma chance de crescimento. e por me ver reduzido a este emprego, de que não faço muito proveito.

por outro lado, todas minhas comparações remetem à época da eca, como se fosse a época de ouro de minha vida. e pode ser. mas o fato é que não soube aproveitar. eu estava fechado em mim mesmo. agora preciso me abrir. hoje mesmo face o zé, percebi o quanto sou exigente e desconfiado em relação às pessoas em geral. não posso deixar tudo a perder.

nas conversas com a cris pelo skype, é como se eu derrapasse a todo momento, sem saber exatamente como falar ou o que falar. é como se eu estivesse o tempo todo tentando me aproximar sem conseguir. como se houvesse uma distância enorme entre nós. ou como se eu estivesse fingindo, de alguma forma. tentando me aproximar para garantir algo na minha vida.

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