Wednesday, May 19, 2010

a vingança ou ficha limpa

sempre me orgulhei de ter ficha limpa. até cometer um erro. foi um erro crasso, que fiz meio assim sem saber, mas foi um erro que merecia resposta. houve. fui "condenado". coloco entre aspas porque a condenação foi uma vingança, e não um resultado da tramitação de um processo. foi o que tinha de ser.
hoje fiz uma entrevista com um especialista em materiais da usp. não irei publicar quase nada dela na revista porque o assunto está muito além do necessário. mas algo do "quehacer" do cientista - porque ele é um verdadeiro cientista - estará na matéria. algo mais, como poderia dizer, espiritual.
o que essa entrevista tem a ver com os parágrafos iniciais? pouco. diria que está mais na tranquilidade com que ele, o cientista, se dedica à sua paixão - ele mesmo se diz "desbravador" (as aspas estão mais para dar destaque) - e ao caráter impoluto de seu "quehacer". ele trabalha para todos, pelo bem de todos.
"condenada" a um ir-e-vir entre consultórios - e médicos, claro -, que não lhe dão a solução ao seu problema, a cris - minha esposa - está tentando debelar uma gripe que lhe causa transtornos imensos - como o fato de ela não poder respirar pelo nariz.
pois bem. estou preocupado com ela.
mas também estou preocupado comigo.
começando pelo começo.
sempre me orgulhei de ter ficha limpa. pois bem.
acabo de deixar o cargo de síndico do meu prédio. aleguei problemas de saúde - que de fato tenho. mas o fato é que decidi, enquanto síndico, por gastos que não dei satisfação a ninguém. fiz o que deveria ser feito, mas ninguém acompanhou. eu havia criado inclusive uma comissão financeira para isso mesmo, mas ela não deu certo.
agora estou receoso. será que considerarão minhas escolhas algo que requeira satisfação ou - mais grave - condenação a devolver o que foi gasto?
pois bem. enrolei bastante quando o problema é mais simples, certo?
não diria isso. diria que tudo tem a ver com a necessidade de reparar o que se comete e com a vingança de quem descobre algo de que alguém pode ter vergonha. essa vingança depende de diversos fatores, mas especialmente da presunção de inocência de quem decidiu por livre e espontânea vontade.
a vingança depende da vontade de se vingar. e esta depende do sentimento de haver sido vilipendiado.
enquanto isso, eu simplesmente reflito e vejo minha vida pelo retrovisor. terei sempre decidido corretamente? juro que não sei.

ps: não tenho medo de nada. meu receio é mais com o que irão achar.

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